Primeiramente, o técnico António Oliveira saiu em defesa dos jogadores do Remo após a derrota por 2 a 0 para a Ferroviária, no Mangueirão. O jogo, na noite desta sexta-feira, 1, foi pela 20ª rodada da Série B. Segundo ele, o desgaste físico e emocional após a maratona de jogos foi determinante para o revés. “Fizeram um esforço desumano para estarem em campo”, afirmou.
António destacou que já havia alertado para o risco da equipe não se recuperar em apenas 60 horas entre uma partida e outra. “Se não fizéssemos gol no primeiro tempo, correríamos sério risco. E foi o que aconteceu. Sofremos no último minuto e emocionalmente a equipe desabou”, analisou o treinador, citando a falta de tempo de descanso após o confronto contra o Goiás.
O comandante do Leão também criticou o calendário do futebol brasileiro, apontando desequilíbrio nas condições entre os times. “A Ferroviária teve uma semana cheia, estava nos esperando. Nós viajamos sem dormir, fizemos dois jogos em três dias. Isso não é justo”, disparou, reiterando que o clube não teve sequer o benefício de atuar no mesmo horário da última partida.
Mesmo assim, António se mostrou orgulhoso da entrega dos atletas, destacando o desempenho dentro do possível. “Hoje, não conseguimos marcar, mas criamos. Quando tivemos pernas, jogamos bem. Faltou apenas traduzir isso em gols”, disse, defendendo também o jovem Caíque, envolvido em um erro no segundo gol adversário.
Por o Remo não desarma os adversários?
Em resposta a dados sobre desarmes, o técnico reconheceu que a equipe precisa ser mais agressiva na retomada da bola. “Temos bom tempo de pressão, mas pouca agressividade ao roubar a bola. Somos o time com menos faltas na Série B. Isso precisa mudar”, analisou, dizendo que o time deve crescer nesse aspecto.
Ele também questionou a forma como o Remo ainda é visto na competição. “Parece que ainda olham com desconfiança para o clube. Como se não tivéssemos ambição”, afirmou. Mesmo com as críticas, o técnico disse que não procura desculpas, mas defende uma análise honesta da situação.
Ao final, António reforçou que o resultado foi consequência de um contexto desfavorável. “Não é fácil se reerguer emocionalmente após uma derrota pesada e logo enfrentar outra partida decisiva. A verdade é que hoje não houve igualdade de condições. E, por isso, não houve verdade esportiva.”